sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Síntese das obras: História social da criança e da família e Casa Grande e Senzala

Os autores Phillippe Àries e Gilberto Freyre, em seus livros “História social da criança e da família” e “Casa Grande & Senzala”, respectivamente, nos fazem refletir sobre alguns temas instigantes. Como, por exemplo, a infância, a escola e a família. Realizarei um sucinto comentário sobre os temas citados acima.

O livro “História social da criança e da família” é dividido em três partes: a primeira discute o nascimento da infância (O Sentimento da Infância), a segunda aborda as condições e mudanças da vida escolar (A Vida Escolástica) e a terceira discute as diferentes configurações da família ocidental ao longo da História das Mentalidades (A Família).

Segundo Àries, a formação do novo conceito de infância se dá entre os séculos XVII e XVIII. As primeiras demonstrações são caracterizadas pela paparicação, a criança (principalmente aquela pertencente à elite) era vista como um ser inocente e divertido que entretinha os adultos.

A escola não tinha classificações etárias, pois seu objetivo era disciplinar os aprendizes de qualquer idade, possuía uma origem religiosa e era extremamente rígida. As meninas eram excluídas do convívio escolar. A escola tinha também um aspecto de vigilância, como, por exemplo, nos internatos. Mas isso não era para todos, alguns tinham sua infância dentro de internatos (elite) outros se transformavam em adultos (povo).

O sentimento de família também não era algo comum na Idade Média, começou a se desenvolver a partir dos séculos XV e XVI. A família em si existia, o que era inexistente era o sentimento, a idéia de algo reservado à intimidade, pois nessa época a vida pública era muito presente, misturava-se com o ambiente familiar.

Na obra “Casa Grande & Senzala” Gilberto Freyre testemunha os modos e costumes dos meninos das casas-grandes. Segundo o autor, os filhos dos senhores de engenho (elite) eram obrigados a se comportarem como adultos, vestindo-se como tais e mantendo uma postura sisuda desde os dez anos de idade. Em contrapartida, Luccock, pesquisador que esteve no Brasil durante o século XIX, observou que até os cinco anos muitos meninos andavam nus, como se fossem moleques da senzala.

O costume dos meninos de engenho era estudar em casa, com um mestre particular, até que vieram as estradas de ferro no ano de 1850, com isso, o ingresso dos meninos nas escolas tornou-se mais fácil. Nas escolas eles aprendiam aritmética, geografia, latim, música, caligrafia e francês. Os alunos assistiam às aulas vestidos como adultos, com: paletó preto, calças pardas, sapatos e gravata. O mestre que ministrava as aulas era autoridade máxima. Munia-se de vara e palmatória. Aplicava castigos físicos aqueles que cometessem um errinho qualquer. Para as meninas o direito de estudar era negado, aprendiam apenas o que era necessário para elas, como bordar, por exemplo.

Na família quem detinha o poder era o marido, as esposas e os filhos mantinham-se no mesmo nível dos escravos. O filho devia chamar o pai de “senhor pai” e a mãe de “senhora mãe”, demonstrando respeito. Somente depois de casado o filho tomava liberdade de fumar na frente do pai, precisava da licença do pai até mesmo para fazer a barba. As meninas eram tímidas, com olhar humilde e casavam-se cedo, com quinze anos, mais ou menos, com homens de quarenta.

(Texto criado por Juliana Toniazzi Viana, estudante do 1º semestre de Pedagogia)




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