Infância é um termo moderno, na época tratada por Áries na Europa, não havia nem palavras que se referissem diretamente às crianças.
O registro dos pequenos com precisão teve início em meados do século XVIII (1700). Junto com essa precisão veio a fotografia e as datas (registros). Tudo era feito na igreja e pelas classes mais ricas. Nessa época, muito se inventavam sobrenomes para quem não tinha, por vezes eram nomes de lugares.
As crianças não tinham noções de sua idade, mas a classificação era feira da seguinte forma:
1ª idade = até 7 anos (eram chamados de infantes/não falantes);
2ª idade = até 14 anos/adolescentes até 21/28 anos;
3ª idade = Juventude até 45 ou 50 anos.
Conforme os séculos foram passando, a preocupação se dirigia a uma determinada denominação: XVII – Juventude / XIX – Infância / XX – Adolescência.
- Crianças eram vistas como mini-adultos, usavam roupas desconfortáveis em quantidades exacerbadas (conforme modelos abaixo).
- Meninos usavam vestimentas de meninas quando pequenos, posteriormente isso mudaria.
Estando sempre com os adultos, os pequenos participavam de festas grosseiras, pois não havia um apego de família nuclear como atualmente, nem um cuidado com o que era melhor para a criança. Assim sendo, eles presenciavam piadas, palavras de baixo calão e bebedeiras nas festas adultas.
As brincadeiras na maioria das vezes eram simples e os brinquedos feitos de madeira sem muita especificidade.
Antigamente não havia escolas, havia professores (mestres) particulares e salas de estudos dedicadas aos meninos que tinham interesse a partir de certa idade. As meninas não estudavam, apenas eram preparadas para bordar e fazer atividades caseiras.
Já em Gilberto Freires, no capítulo Indígena, vêem-se crianças cujas idades são marcadas de 15 em 15 anos.
Desde cedo as crianças ficavam em casa com a mãe aprendendo a colher frutos e observando a fabricação de utensílios domésticos e outros instrumentos de uso do índio. Depois de crescidos, os meninos aprendiam a caçar.
O método de correção do indígena consistia em deixar o filho fora da oca por uma noite (na idade aproximada a 5 anos) para que um índio vestido de “entidade” batesse nele até quase matar. Assim usava-se essa entidade como ameaça posterior, caso o pequeno índio ousasse desobedecer.
Não havia escolas, mas a família (principalmente mãe e filho) era muito ligada, primordialmente quando se fala da higiene e do asseio que as índias tinham com seus filhos, sempre em meio a banhos e cuidados.
No quesito relação amorosa, havia um desprendimento do índio com a índia caso o amor acabasse.Um índio podia ter mais de uma esposa e não se importava se essas esposas tivessem outros parceiros. Havia também a questão dos portugueses, que se encantavam com as índias bonitas e limpinhas.
No capítulo dos negros, Gilberto trata a infância de negros e brancos em convívio próximo, mesmo vivendo separadamente, negros na senzala e brancos na Casa Grande (com exceção dos negros que viviam dentro da Casa Grande como empregados e amas de leite).
As crianças dos brancos eram criadas com fraldões até 10 anos de idade. Eram instruídos em casa ou em colégios da paróquia. Meninos estudavam e meninas ficavam em casa aprendendo tarefas do lar.
Os meninos filhos de senhores de engenho, muitas vezes eram amamentados por negras da senzala e posteriormente ganhavam o nome de “meninos-diabo”, pois pegavam um negrinho da senzala para brincar, humilhar e agüentar suas malcriações, quando não era para iniciar sua vida sexual. Meninas também eram amamentadas pelas negras, mas tinham certo recato quando cresciam.
A família da Casa Grande era “aparentemente” feliz, mas o senhor de engenho, em meio a sua ociosidade, deitava com as negrinhas da senzala, que na maioria das vezes eram mais atraentes que suas esposas. Assim se disseminou a mestiçagem e a sífilis entre brancos e negros, além da violência das sinhás com as negras por inveja ou ciúmes dos maridos.
Na senzala havia menos fartura e mais afeto. Negros casavam-se e tinham filhos por amor, cuidavam destes com apresso, o mesmo apresso que as amas de leite (negras elegantes e bem vestidas que viviam na Casa Grande) dedicavam aos filhos de seus patrões, que por sua vez, também criavam afeto pelas negras.(Texto criado por Ellen Fanfa Anacleto, estudante do 1º semestre do curso de Pedagogia)
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