segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Educação dos Negros

Palestra de Ricardo Henriques – SECAD / MEC no Salão de Extensão 27/9/06:  65 milhões de pessoas sem Ensino Fundamental completo; 33 milhões sem 4ª série; 16 milhões analfabetos absolutos. BRANCOS: 8,4 anos de estudo / NEGROS: 6,1 anos de estudo = PADRÃO DE DESIGUALDADE

NEGROS E EDUCAÇÃO NO BRASIL – Luiz Alberto Oliveira Gonçalves in 500 Anos de Educação no Brasil org. LOPES, Eliane Marta Teixeira et al. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

- Reforma Leôncio de Carvalho de 1879 – instituía obrigatoriedade do ensino dos 7 aos 14 anos e eliminava a proibição de escravos freqüentarem as escolas públicas.

- Cursos noturnos: Decreto 7031 de 06/9/1878
RS: Escolas negavam acesso a negros escravos e livres / cursos liderados por abolicionistas, republicanos, críticos da Igreja católica e defensores da instrução do povo / incutir preceitos de moralidade e civilidade que acreditavam estar ausentes na população negra.

Século XVII – Quilombos

Século XVIII – Irmandades dos negros católicos

- EUA – cristãos brancos impediam aos escravos acesso à cristianização por causa das implicações de igualdade na Bíblia. Sentido protestante: evangelizar é educar no sentido pleno. Batismo: atentado aos interesses de proprietário. Separação das Igrejas nos EUA / Teologia Negra / Igreja Negra

- Brasil – tanto fazia cristianizar ou não na visão dos proprietários – permitiu os cultos afros / Irmandades colaboraram / um padre branco as coordenava. 1719 – proibição do compadrio negro. Santos estão na base do catolicismo popular do Brasil colonial – não Jesus Cristo.  As Irmandades eram associações de assistência e de ajuda material, não de escolarização.

- Início do século XX – entidades negras de caráter cívico e recreativo que davam cursos para os negros (crianças e jovens), visando a melhoria da auto-imagem da população negra.

Solidariedade de classe nessas instituições.
Frente Negra Brasileira – 1936 = agrupar, educar, orientar.

A PEDAGOGIA DO MEDO: DISCIPLINA, APRENDIZADO E TRABALHO NA ESCRAVIDÃO BRASILEIRA -  Mário Maestri in Histórias e Memórias da Educação no Brasil, vol I séc. XVI –XVIII. STEPHANOU, Maria BASTOS, Maria Helena Câmara (org.) Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

Literatura específica da Pedagogia Servil: padres Jorge Benci: Economia cristão dos senhores no governo dos escravos; André João Antonil: Cultura e opulência no Brasil por suas drogas e minas; Manuel Ribeiro da Rocha: Etíope resgatado: empenhado, sustentado, corrigido, instruído e libertado e Análise sobre a justiça do comércio do resgate de escravos da costa da África do Bispo Azeredo Coutinho.

- Formas de produzir o produtor do escravo ideal = ensaios sobre o Brasil e os manuais de agricultura do Império.
“Na África, eram múltiplos os caminhos que permitiam a metamorfose do aldeão em um cativo vendido em uma feitoria da costa africana – venda pelo patriarca da família; redução judiciária ao cativeiro por dívidas, feitiçaria, adultério, homicídio, captura por seqüestro, razias e guerras, etc.” p. 194
- Travessia do interior até o litoral, embarque no tumbeiro, perda do nome africano, marcação a ferro com o símbolo da Coroa ou do comprador, batismo sumário com marcação a ferro de uma pequena cruz – óbolo sacerdotal.

O castigo físico como pedagogia do medo para torturar a alma
Meio urbano: aluguel de escravos de ofício
Anúncios de jornais demonstram instrução de meninas escravas junto das brancas – alfaiates, ajudantes de comércio exigiam alguma instrução.
Cuidado com possíveis generalizações de Gilberto Freyre

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