sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Síntese dos trabalhos apresentados

Casa Grande e Senzala - Gilberto Freyre

Na era colonial, muitos negros foram trazidos para o Brasil para trabalharem de forma escravizada nos engenhos de açúcar. O que diferenciava os negros dos índios e o fato de preferirem os negros trabalhando no lugar dos índios era que os negros eram mais fortes, mais trabalhadores, resistentes, alegres, ao contrário dos índios que preferiam a tranqüilidade, a calmaria, os dias de chuva.

As escravas negras quando tinham filhos se tornavam amas de leite para amamentar os filhos das senhoras de engenho. Assim como amamentavam seus filhos, tinham de amamentar os filhos de suas amas. Quando estavam crescendo as crianças brancas brincavam com as negras e faziam-nas de brinquedo. As amas de leite ensinavam uma linguagem delas próprias, que ficou sendo usada no nordeste brasileiro. Palavras como “mainha” e “oxente” foram expressões que as negras usavam e ensinavam para os senhorzinhos. Além das expressões, a culinária africana foi sendo trazida pelas escravas negras.

Quando essas crianças cresciam, muitas vezes perdiam a virgindade com as próprias negras que os amamentaram quando pequenos. A ociosidade dos senhores de engenho despertava o prazer, que era satisfeito com as negras domésticas. Nesta fase a sífilis foi se propagando de forma rápida e a desculpa que era trazida para a doença era que os senhores contraíam a sífilis através das relações com negras virgens.

O fato de as esposas saberem que seus maridos mantinham relações extraconjugais com as escravas fazia com que estas se vingassem das escravas de diversas formas muito crueis. As meninas se casavam com 12 ou 13 anos de idade, passando desta a partir dos 15 anos já não estavam mais apropriadas para casar, e se passassem dos 20 anos eram consideradas murchas e gordas. Porque se casavam cedo, tinham filhos cedo e o corpo e o comportamento destas moças acabavam se deformando, motivo para seus maridos começarem a se relacionar com as negras.

Os filhos dos senhores de engenho a partir dos 12 anos, mais ou menos, vestiam roupas como de seus pais. Eram trajados como adultos e deveriam se portar com tais. Iam para a escola, onde recebiam uma educação rígida. Os negros eram os músicos daquela época, tocavam em bandas e participavam de corais.


História Social da Infância e da Família – Philippe Ariès

Entre os séculos XVI e XVII, as idades foram se categorizando de formas diferentes entre infância, juventude e idade adulta. As diferentes idades para cada uma das categorias foram sendo modificadas ao longo destes períodos. A infância nesta época não era valorizada e as crianças eram tratadas como adultas.

As crianças, quanto ao traje, usavam roupas pesadas, com muitas peças e mais tarde começaram a usar roupas mais leves, sem muitos panos.

Elas eram brinquedos dos adultos. Tratadas em um meio indecente, viam e sabiam da vida adulta sem nenhuma restrição. A pedofilia era algo normal, era como um jogo, pois os adultos acreditavam que as crianças não entendessem o que estava acontecendo e que também não teria consequências. Mais tarde, essas ideias foram se alterando e começaram a comparar as crianças com anjos. Então a inocência e o pudor foram sendo respeitados.

Nas escolas, antes que houvesse a separação de turmas por idade, meninos e meninas de diferentes idades estudavam na mesma turma. No decorrer dos tempos, as turmas foram dividas de diversas formas, a capacidade intelectual foi um dos critérios para esta divisão. Antes que pudessem participar das escolas, crianças com menos de 10 anos não poderiam estudar, assim separavam as idades de primeira infância e infância escolar.

A forma de como a infância foi tratada e como as idades foram categorizadas, tanto na vida particular quanto na vida escolar, caracterizou fundamentalmente a evolução da infância nos séculos XVI e XVII.

(Texto criado por Gianna Tassoni Metzger, estudante do 1º semestre de Pedagogia)

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