sábado, 27 de novembro de 2010

“INFÂNCIA, COLÉGIO E FAMÍLIA”

História Social da Criança e da Família

Phelippe Ariés

Ariés, foca sua pesquisa no período do século XII até o sec. XVII, afirmando que a infância teve diferentes conotações em cada período da história, tanto social, cultural, política como economicamente. Na Idade Média ser criança era um período sem importância. Não havendo o amor materno, ao nascer o(a) Filho(a) era entregue a outra família que deveria cuidá-la e educá-la só retornando para casa aos sete anos, se sobrevivesse, pois com esta idade estaria apta para ser inserida na vida da família e no trabalho. A criança era vista como “substituível”, como ser produtivo, utilitária para a sociedade, inserida na vida adulta tornava-se útil na vida familiar, realizando tarefas e imitando seus pais, tendo a responsabilidade legal de cumprir seus ofícios junto à coletividade. A criança por muito tempo não foi vista como um ser em desenvolvimento, com características e necessidades próprias, e sim como “homens de tamanho reduzido” (P.18). Não havia a preocupação de cuidar e preservar as crianças, foram séculos de infanticídio, eram jogadas fora e substituídas por outra, sem sentimento algum, tinham a intenção de conseguir um espécime melhor, mais saudável, mais forte e apta para o trabalho. Na era medieval não havia a construção do sentimento de amor, o sentimento e a afeição não existiam ou eram sufocados. A trajetória da criança até então era de marginalização, discriminação e exploração.

No século XIV, devido ao grande movimento de religiosidade cristã, surge a criança mística ou a criança anjo. Essa imagem da criança associada ao Menino Jesus ou a Virgem Maria causa consternação e ternura nas pessoas. A representação das crianças místicas, pouco a pouco vai se transformando, assim como as relações familiares. Nessa época as crianças não tinham noção da idade que tinham, tendo nomes iguais. Para diferenciá-las, usava-se o nome do lugar de onde vinham, pois não tinham registro. Algumas Igrejas começaram a fazer registro de batismo e no século XVI a primeira comunhão se tornou uma grande festa familiar. Fato que ajudou a registrar a vida da criança para a história, além de exigir das famílias posturas de comportamento, evitando a postura perversa e imoral. Nesta época surgiram medidas para salvar as crianças. As condições de higiene foram melhoradas e a preocupação com a saúde da criança fez com que os pais não aceitassem perde-la com naturalidade. Essas mudanças com relação ao cuidado com a criança acontecem no século XVII com a interferência dos poderes públicos, da escola e com a preocupação da igreja em não aceitar passivamente o infanticídio, antes secretamente tolerado. Preservar e cuidar a criança seria trabalho realizado exclusivamente por mulheres, no caso, as amas e parteiras que agiriam como protetoras dos bebês, assim foi criada uma nova concepção sobre a manutenção da vida da criança. Essas mudanças começaram a acontecer no final da Idade Média e ficaram marcadas como o ato de mimar e paparicar as crianças – que eram vistas como meio de entretenimento dos adultos - principalmente nas classes elitizadas. A morte já passa a ser algo doloroso e sofrido.

São essas mudanças culturais, influenciadas por todas as transformações sociais, políticas e econômicas - que a sociedade sofre ao longo dos tempos - que fazem surgir mudanças no interior da família e das relações estabelecidas entre pais e filhos. A criança passa a ser educada pela própria família, o que fez com que se despertasse um novo sentimento por ela. Neste período entre o século XVII e XVIII com o surgimento deste sentimento de apego e afeto, a infância/criança passa a ser definida como um período de ingenuidade e fragilidade, que deve receber todos os incentivos possíveis para sua felicidade.

No século XVII, com o movimento de moralização, promovido pelas igrejas, pelas leis e pelo Estado, a educação da criança ganha destaque. A Escola passa a ser um instrumento para colocar a criança no seu lugar, com uma função disciplinadora. No inicio, não tem definição de idade específica para o ingresso da criança, pois as referencias que se tinha eram as escolas medievais que, não eram para crianças, mas escolas técnicas destinadas à instrução dos cléricos. Assim, acolhe crianças, jovens e adultos (fases consideradas na atualidade) da mesma forma. A escola era só para meninos, as meninas não recebiam nenhuma educação.

A diferença da escola moderna para a do período medieval é que houve a introdução da disciplina, a principal função da escola e que teve origem na disciplina religiosa, quando sua intenção era proporcionar conhecimentos técnicos e discursivos. Posteriormente a escola foi se diferenciando, tornando-se uma escola para a elite e outra para o povo, provocando com isso uma mudança nos hábitos decorrentes da condição social. “A família torna-se a célula social, a base dos estados, o fundamento do poder monárquico” (p.146). A religião torna-se a tutora moral, com a função de enobrecer a união conjugal, objetivando dar à familia um valor espiritual.

O que consegui absorver da obra de Ariés é que a infância como vemos hoje em dia foi sendo construída ao longo dos tempos, começando como uma “familia” voltada para a linhagem, onde a criança não tinha espaço (até os sete anos) sem laços de afeto, sem sentimento materno, os cuidados com a criança eram entregue a alguém que deveria educá-la. Com sete anos era considerado “igual” a um adulto com as mesmas responsabilidades - Isto não esta muito distante de países da África e da Ásia, onde a maioridade legal se dá antes dos 12 anos. Mais tarde, passaram os pequenos a ser considerados bibelôs, um divertimento para os adultos. Comparados a anjos são paparicados.

A igreja e o Estado intervêm junto à familia, designando que os pais cuidem de seus filhos, que preservem suas vidas, que tenham cuidados com eles, começando assim a ser construído o sentimento de infância. Laços, afetos e carinho, foram sentimentos que trocaram a indiferença total pelo apego e, a infância foi definida como um período de Ingenuidade e fragilidade. A partir dos registros de nascimento e do fortalecimento da união conjugal tutorada pela igreja, dando um valor espiritual à familia, surge uma nova ordem social com laços fortalecidos: a família conjugal. Mas outra vez a Igreja interfere e com sua função moralizadora, define um local específico para a criança ser educada e moralizada. A escola passa a ter uma função disciplinadora, sendo uma forma de afastar as crianças da má influencia dos adultos. Porém a igreja não esta organizada para recebê-las por ter como modelo as escolas da idade média que eram para adultos, para formação de cléricos e para os filhos dos nobres, que estudavam latim, doutrinas religiosas e táticas de guerra. Não conseguiu assim, separar de imediato a infância de outras fases, conseguindo apenas separar as escolas, em uma para elites e outra para os pobres que deveriam aprender a tudo obedecer sem revoltas. Deste modo a criança, apesar do sentimento de infância que surgia, continuava sem ter uma infância digna e respeitosa, com suas especificidades, continuava a ser uma marionete nas mãos dos poderosos. A escola que deveria proteger e educar “apenas a disciplinava” e as discriminava de acordo com se poder econômico – o livro ou filme Matilda, pode nos dar uma idéia de como as crianças eram tratadas naquela época. Situação semelhante a que vemos nos dias atuais onde quem pode frequenta escolas particulares, instituições onde, os de menor poder aquisitivo ganham bolsas de estudo (fato exigido pelo governo que tem poder mesmo junto a entidades particulares, ditando regras) – mas sem o poder aquisitivo são discriminados, ou assim se sentem. Os demais vão para a escola pública, que é gerida e controlada por um estado que objetiva manter e garantir seus interesses. A “escola” pública, gratuita e obrigatória foi criada a partir da observação do estado, do potencial político e social que essa instituição tinha.

O colégio foi instituído por Romanones, que era partidário da separação entre a “Igreja” e o “Estado”. A “Ley Del Candado de 1910, instituída pelo presidente espanhol Jose Canalejas, limitou o poder da igreja sobre o estado e Romanones converteu professores em funcionários do Estado (públicos). E assim os professores continuam até os dias de hoje.

Pedro A. Ruiz Lalinde

IES “Marqués de la Ensenada”

Haro

La Ley del Candado

“Don Alfonso XIII, por la gracia de Dios y la Constitución, Rey de España. A todos los

que la presente vieren y entendieren, sabed que las Cortes han decretado y Nos

sancionado lo siguiente:

ARTÍCULO ÚNICO: No se establecerán nuevas Asociaciones pertenecientes a Órdenes

o Congregaciones religiosas canónicamente reconocidas, sin la autorización del

Ministerio de Gracia y Justicia consignada en Real Decreto, que se publicará en la

‘Gaceta de Madrid’, mientras no se regule definitivamente la condición jurídica de las

mismas.

No se concederá dicha autorización cuando más de la tercera parte de los individuos que

hayan de formar la nueva Asociación sean extranjeros.

Si en el plazo de dos años no se publica la nueva ley de Asociaciones, quedará sin

efecto la presente ley.

Por tanto: Mandamos a todos los Tribunales, justicias, jefes, Gobernadores y demás

autoridades, así civiles como militares y eclesiásticas, de cualquier clase y dignidad, que

guarden y hagan guardar, cumplir y ejecutar la presente Ley en todas sus partes.

Yo El Rey El Presidente del consejo de Ministros, José Canalejas “

Gaceta de Madrid, nº 362, 28 de diciembre de 1910.

Casa Grande & Senzala

.Gilberto Freyre

Gilberto Freyre nos fala do período colonial brasileiro (mais especificamente do nordeste). Aqui vigorava o regime da Familia patriarcal, onde os senhores tudo podiam e mulheres, filhos e escravos tudo obedeciam. Inicialmente vou comentar a família indígena, onde os homens eram responsáveis pela caça e pela pesca e o serviço braçal era feito pelas mulheres, assim como cabia a elas o cuidado e a educação dos filhos. As crianças indígenas eram limpas e asseadas, brincavam de dar cabeçada em bola de borracha, de imitar animais. As crianças aprendiam tudo com os adultos, através da prática, pois como na Europa medieval, conviviam no meio deles – os meninos na puberdade eram levados para o baíto, a casa secreta dos homens, onde passavam por provas de iniciação à fase adulta. A mulher ameríndia teve grande importância econômica no período de colonização, era ela quem plantava, colhia e preparava os alimentos, buscava água nos rios, fazia cestos, objetos de cerâmica e redes, como podemos ver na seguinte citação (FREYRE, 1933).

Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O milho. O caju. O mingau. O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós. Ela nos “deu, ainda, a rede em que se embalaria o sono ou a volúpia do brasileiro”.
Trecho de Casa-Grande & Senzala.

A índia tinha preferência pelo homem branco que além de mais “voraz” era considerado superior, acreditava que tendo filhos com eles, seus filhos seriam superiores. Os índios ofereciam suas mulheres aos colonizadores como forma de hospitalidade, o que facilitou a mistura de raças. Os colonos portugueses vinham para cá sem família e tendiam a misturar-se pelo casamento ou qualquer outra forma de união, primeiro com as índias, depois com as negras e assim o Brasil colônia foi sendo povoado, com a mistura de varias raças e formando famílias.

A criança indígena aprendia e desaprendia facilmente o que levou os jesuítas a aprender com elas a língua nativa e se utilizar delas para introduzir uma linguagem única, a tupi-guarani, para facilitar a comunicação com os índios (cada tribo tinha uma linguagem diferente), os padres jesuítas educaram os curumins à maneira dos Europeus e estes se tornaram cúmplices do invasor, afastando-se de sua cultura e muitas vezes sendo contrários a ela. Mas os padres não queriam destruir a raça indígena, apenas queriam domesticá-las e torná-las cristãs. Os curumins foram educados junto aos meninos órfãos que vieram de Lisboa, estudavam cantando a uma só voz, a tabuada ou trechos de leitura. No pátio dos colégios Jesuítas acontecia mistura das culturas. Isso se deu no inicio da colonização, considerado o “período Heróico” dos Jesuítas, depois os colégios se transformaram em armazéns. Antes da construção das estradas de ferro, as crianças dos engenhos estudavam em casa. Cedo os filhos de senhores de engenho e também alguns molequinhos mais inteligentes, começavam a ser educados pelos padres. Os senhores de engenho construíam junto à “casa grande” capelas, onde os padres ou capelões faziam pregações e educavam os meninos - pois as meninas só aprendiam técnicas domésticas. No Brasil se manteve o hábito das amas de leite, tarefas realizadas aqui inicialmente pelas índias, depois, pelas escravas negras, que cantavam canções de ninar, davam afeto e carinho, contavam histórias e amaciavam a linguagem infantil dos filhos e filhas do senhor de engenho.

As meninas casavam muito jovens, entre onze e quinze anos, na maioria das vezes com parentes, primos ou tios bem mais velhos que elas, tinham um filho atrás do outro, além de muito fracas, mal alimentadas, com uma vida de reclusão dentro da casa grande, de onde saiam apenas para rezar, para festas e danças, não tinham vocação nem preparo para serem mães, nem para administrar a casa, algumas morriam cedo, deixando seus filhos ao cuidado das escravas. Os meninos, mesmo contra a vontade da igreja, passavam os dias junto dos molequinhos tomando banho de rio, pegando passarinhos com arapucas, etc. Era uma vida (infância) que transitava entre vadiagem e regras aplicadas com rigidez, pelos patriarcas e pelos padres.

Além dos meninos pretos e pardos serem companheiros dos meninos brancos nas brincadeiras e nas aulas na casa grande ou nos colégios, muito negro usando cartola e casaca, ensinou meninos brancos a ler, sendo mais compreensivo e tolerante que os rígidos e autoritários professores brancos, que lhes aplicavam muitos castigos – bordoadas nos dedos, beliscões pelo corpo e puxões de orelha. As crianças no Brasil, quase não tiveram infância desde a primeira comunhão, já eram consideradas adultas, passando a se vestir como adultos; antes disso andavam quase pelados, como os molequinhos, que eles ganhavam como companheiros logo que começavam a andar, era um camarada de brinquedos, mas também um saco de pancadas dos meninos brancos que, descontavam neles os maus tratos que recebiam dos pais. O tratamento entre pais e filhos era cerimonioso, quando se referisse a eles deveria dizer: “senhor pai” e “senhora mãe”, até para fazer a barba precisava o filho de autorização do pai. Intimidade eles tinham com as amas de leite, mucamas e negrinhos.

MEU APRENDIZADO

A família no Brasil obedeceu ao regime patriarcal e polígamo, onde os senhores de engenho eram autoritários e perversos, tratavam sua familia e escravos com rigidez e cerimônia. As mulheres estendiam os maus tratos aos escravos e aos filhos e estes aos escravos, que eram sacos de pancada de todos. As mães, muito jovens eram frias e indiferentes com os filhos, terceirizando seus cuidados e afetos para as escravas que eram alem de amas de leite, muito carinhosas e afetuosas com as crianças. Os filhos das negras que trabalhavam na casa grande as acompanhavam e serviam de companheiros de brinquedos aos filhos e filhas de seus senhores, alguns mais inteligentes estudavam junto com seus ioiôs (como chamavam seus amigos/senhores) desde muito cedo, pois aos sete anos já estavam alfabetizados pelos capelões ou pelos padres que residiam no engenho, só após a construção das estradas de ferro iam continuar os estudos em colégios, nas cidades. Colégios estes para as elites. Todas as crianças na casa grande e na senzala aprendiam costumes e culturas dos negros através das historias que eram contadas pelas negras “contistas”, o que veio a se tornar uma profissão. Nas senzalas a reprodução era incentivada, como forma de aumentar o patrimônio de seus senhores. Muitas vezes os próprios senhores tratavam dessa tarefa de reprodução, tendo ao mesmo tempo filhos com as negras e com suas esposas, outras vezes, entregavam belas negrinhas (que podiam ser suas filhas) aos seus filhos para saciarem seus instintos de macho. Aqui houve como que a manutenção da linhagem, casando primos e às vezes, sobrinhas com tios, como forma de manter o patrimônio na família.

As famílias indígenas, ameríndias, tinham o costume de passar os hábitos costumes e ofícios de pai para filho, através da observação e da pratica. Enquanto os homens saiam para caçar e pescar, as mulheres cuidavam e educavam os filhos, além de se ocupar das tarefas de plantio, colheita, todos os afazeres domésticos e a confecção de utensílios e redes. Os meninos, na puberdade, passavam por provas que os iniciavam na fase adulta e as meninas davam continuidade as praticas das mulheres. Assim foi até a chegada dos colonizadores, que vinham sem família e começaram a se unir ou casar com as índias ou com as negras, se dando assim a miscigenação do povo brasileiro. Junto aos colonizadores veio a igreja, sempre preocupada que os colonizadores seguissem a fé católica. Os jesuítas trouxeram com eles a escola, sempre utilizada como forma de educar, dominar e impor suas regras.

CONCLUSÃO

Observei que em todas as épocas a criança/infância tem sido utilizada e manipulada como meio de transformações sociais, políticas, econômicas e religiosas. Nunca se buscou chamar à responsabilidade os adultos, para que estes alterassem seus hábitos, para dar exemplo e educar as crianças, sempre se usou as crianças como forma de mudar e alterar os hábitos dos adultos. A infância, frágil, desprotegida e manipulável, tem sido o grande agente das transformações e evoluções sociais, econômicas e políticas. Na própria legislação, no ECA (estatuto da Criança e do Adolescente), seus direitos aparecem como forma de conquistar o respeito dos adultos. Os direitos das crianças surgem novamente como meio legal de mudar as atitudes adultas.

As instituições familiares tentam transferir para a escola a educação dos seus filhos, as escolas cobram dos pais uma educação ou ao menos uma cumplicidade para que as crianças aprendam a respeitar regras, sejam obedientes ao sistema, com currículos disciplinares e serializados que visam à produção em massa de identidades que se repetem e se reproduzem. Um método que além de um poderoso meio de controle, nos diz o que fazer, como fazer e quando fazer. Todo esse poder entregue nas mãos das crianças esta se voltando pouco a pouco contra as regras e o sistema, através das escolas e dos pais, que nos dias de hoje, tentando mais uma vez fugir à responsabilidade de cuidar, educar, orientar e amar, estão se submetendo aos caprichos e ao consumismo dos filhos que, bombardeados pela mídia como próspero e confiável consumidor, tornam-se rebeldes poderosos. Isso está acontecendo, devido à omissão de uma familia que se encontra fragilizada de valores, respeito, cumplicidade e afeto. Valores que, fortalecidos, poderiam lhe dar poderes contra o poder econômico.

A igreja teve amplo papel no meio de todo este contexto. A família conjugal – com pai, mãe e filhos - importante e muito adequada para o sistema capitalista, mas foi por influencia da igreja que surgiu e se fortaleceu, dando origem ao sentimento de infância. Pela necessidade de dar disciplina e moralizar esta infância, trouxe-as para a escola, assumindo assim o papel de educadora, tornando as crianças obedientes e respeitosas. Com isso chamou a atenção dos governantes para o poder que a educação exercia sobre os infantes e suas famílias, o que os fez criar a escola pública e laica, tornando-a obrigatória.

Fica registrado pela história um processo que massifica a instituição escolar, instituição que separa a criança do grupo familiar adulto para colocá-la sob o comando estatal que inventa e constrói sujeitos produtivos para uma sociedade administrada por ele. Isso me remete ao videoclipe THE WALL, do Pink Floyd, no filme de mesmo titulo de Alan Parker. A escola como linha de montagem; os estudantes que perdem seus rostos, que viram bonecos, todos na mesma esteira, a esteira que leva a um imenso moedor de carne.

Texto escrito por Sandra Moura estudante do 1º semestre de pedagogia - FACED/UFRGS

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