sexta-feira, 30 de abril de 2010

Resenhas do livro " História Social da criança e da Família"

A turma A de História da Educação: Europa e Américas fez neste mês de abril um estudo sobre o livro "História Social da Criança e da Família", do estudo resultaram apresentações em aula sobre os capítulos trabalhados e resenhas dos mesmos. Foram problematizados conceitos e naturalizações que fazemos de instituições tais como: infância, família, escola, e o papel das mesmas em outros contextos.

As resenhas qeu os grupos fizeram serão postadas no nosso blog.
Capítulo I


O Sentimento da Infância

O capítulo que estudamos inicia comentando sobre a precisão que temos com relação a nossa idade e acontecimentos, fato que espantaria um homem do século XVI ou XVII, época na qual a identidade civil não tinha o peso e a importância existentes hoje. Porém, o nome já não era suficiente para a caracterização individual, então foi necessário anexar um sobrenome para servir como referência de lugar ou tradição de família.
A importância da noção de idade começou a ser firmada quando reformadores religiosos impuseram essa condição a partir do séc. XVI, apesar de os dados mais exatos pertencerem ao século XVIII. Nessa mesma época encontram-se os retratos de família que continham registros da idade das pessoas, assim como registros das Histórias da família em diários, que relatavam casamentos, nascimentos, mortes e demais eventos significativos. Outro costume comum foi o de gravar nas mobílias, talheres, copos e demais objetos as iniciais de seus donos. As idades da vida eram comparadas com temas populares como signos do zodíaco e as quatro estações e correspondiam a etapas biológicas bem delimitadas e serviam de referência para indicar atividades, tipos físicos, funções e modos de vestir dos indivíduos. Primeiro vinha a idade dos brinquedos, depois a da escola, do amor ou dos esportes, da guerra e da cavalaria e, finalmente, as sedentárias dos homens da lei, da ciência ou do estudo. Até o século XVII a infância era muito confundida com a adolescência e a figura do velho era desprezada e caracterizada pelo recolhimento, devoção e caduquice. Já atualmente temos uma maior suavidade quando definir essas pessoas, empregando termos como “senhor” ou “senhor muito bem conservado”. Pode-se dar ênfase no fato de que cada século tem sua idade privilegiada, o que exprime a opinião e o modo de como a sociedade vê e valoriza a vida em cada época.
Em seguida, o texto aborda os aspectos da imagem da criança na mente da sociedade dos séculos X à XIX. A princípio, “A infância era apenas uma fase sem importância, que não fazia sentido fixar na lembrança”. A importância atribuída aos corpos das crianças mortas também demonstrava bastante esse descaso: “o hábito de enterrar em casa, no jardim, a criança morta sem batismo (...) as crianças mortas muito cedo era enterradas em qualquer lugar, como hoje se enterra um animal doméstico”. Essa visão de irrelevância da infância se reflete até hoje e é perceptível em frases e expressões corriqueiras, como a que diz em “começar a vida” no sentido de sair da infância. O século XI mostra a deformação que o artista impunha aos corpos das crianças pelo fato de elas serem vistas como adultos em miniatura. Inclusive a infância não tinha interesse para os adultos. Porém a imagem do anjo adolescente (mais comum no séc. XIV) aproximou a concepção de criança do sentimento moderno. Nessa época as crianças, já pintadas com suas características morfológicas, eram representadas nas efígies funerárias dos professores, e não no dos pais ou dos delas próprias. Ainda nessa época os Puttos eram muito comuns, sendo representados normalmente brincando.
A próxima parte comenta os aspectos da vestimenta. Na Idade Média as crianças eram vestidas como adultos. Por volta do século XVII começam a surgir roupas próprias para crianças e que acabam caracterizando-as. Vestidos para meninos e meninas. Primeiro abotoados na frente (Indício da referência religiosa em relação às crianças), depois não mais. Porém, a separação entre o universo mental das crianças e dos adultos ainda não existia para as meninas e elas, portanto, continuam a vestir-se como mulheres. Ao contrário dos meninos, os quais já eram compreendidos e tratados como diferentes dos adultos. Erasmo prega maior liberdade nos trajes das crianças, o que só apareceu no final do século XVIII. As tiras no vestido das crianças, ao menos se acredita, serviam para ajudar a criança a andar. No final do século XVIII trajes das crianças se transformam e nota-se que nos trajes das crianças existem inúmeros traços dos trajes femininos, o que talvez constitua aquela visão de que são seres a serem revelados e servem para “bonito”. No século XV Na Itália havia o colante, diferentemente da França e da Alemanha, que usavam os típicos trajes longos. Os meninos começaram a freqüentar a escola só no final do século XVI, aí começaram a utilizar uniformes baseados em uniformes de marinheiros e sua vestimenta casual possuía traços de trajes populares.
Após, entra em questão a temática dos Jogos e Brincadeiras. Alguns grupos de educação conservadores como a igreja condenavam as práticas de jogos de azar e outros jogos, quase sem fazer nenhuma exceção, com isso engloba-se toda a preocupação em preservar (e até mesmo tentar recuperar) a moralidade da infância antes inexistente. A despeito da repressão da igreja várias pessoas, algumas até com certo prestígio social, defendiam os jogos de azar. Além do jogo, outro tipo de diversão sofreu várias críticas da igreja: A dança. E ao lado da instituição da igreja se colocaram alguns leigos avulsos apaixonados pelo rigor e pela ordem empenhados em dominar uma massa selvagem e civilizá-la. Opondo-se a isso, alguns humanistas do renascimento na reação anti-escolástica atentam para as amplas possibilidades dos jogos. Aí se admitiu a necessidade e a importância dos jogos físicos e foi fundada a chamada “cultura do físico”. “Observamos a precocidade da música e da dança na educação dos meninos” do século XVI e XVII. A partir disso com o tempo foram se classificando os jogos e os separando por diversas modalidades (jogos de salão, de azar, de exercícios), por classes sociais (jogos de nobres e de plebeus) e por idade (de crianças, de jovens e de adultos).
E, por fim, a última parte do capítulo trata do Despudor à Inocência. Comenta que a educação só começava a partir dos sete anos. Havia muito a questão das brincadeiras sexuais naquela época, que eram inclusive muito comuns. Não se criavam as crianças na inocência e elas eram inseridas muito precocemente em festas religiosas que diziam respeito a temas sexuais como a circuncisão, por exemplo. Isso engloba todo o comportamento sexual das crianças observado na época. O ato de confessar também deve incutir na criação a noção dos pecados da carne. Porém, tais situações começaram a ser inibidas e, com o tempo, na relação adulto/criança estabeleceu-se a condição de que se devem usar apenas palavras castas além de também influenciar as boas maneiras nas crianças. Iniciou-se, além disso, a adaptação de livros para infantes, excluindo-se a linguagem adulta e substituindo termos complexos por termos mais coloquiais.

Conclusão: Os Dois Sentimentos da Infância

Primeiro havia o sentimento de que “A criança não contava”. Porém, vários séculos depois se estabeleceu o sentimento novo que deu lugar ao primeiro: o de paparicar as crianças (elas agora eram vistas como uma distração em potencial, sendo e fazendo coisas engraçadinhas), seguido de sentimento de exasperação e de interesse psicológico de preocupação moral, eclesiásticas e moralistas, além da maior preocupação com higiene e saúde física delas. Crianças se tornaram um tema central digno de ser discutido e avaliado.

Integrantes do grupo: Rodrigo, Felipe, Laura Martini, Laura Saraiva, Priscila Borges, Priscila Claro, Maéli, Lúcia, Ana Maria.

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