Aspectos da educação indígena
Vários são os aspectos que caracterizam a educação indígena no Brasil, pretendo evidenciar e explicar alguns que acho relevante ser pensado. Primeiramente sinalizando que a educação que vou tratar aqui não é apenas escolar, mesmo que mostre alguns fatos históricos, referentes à escola.
Desde o período colonial os europeus estavam preocupados em instalar uma moral cristã nos nativos (índios). No século XX com a modernização e consolidação do Estado Nacional, onde a escola passa a ser mais controlada pelo Estado, eles queriam civilizar e territorizar os índios. A partir daí, formalizaram leis que o indígena fosse forçado a se transformar em outro perfil cultural, mudando sua indianidade, mas observou-se que mesmo mudando permanece índio.
Os índios perceberam que a escola seria importante para que eles tivessem “acesso” aos códigos que poderiam garantir seus direitos, já que os não índios estavam lhe submetendo a regras, demarcações e exigindo a participação deles nas questões políticas. Mas mesmo com esse pensamento, ainda hoje muitos povos são resistentes em relação à educação escolar. Para os Guarani, por exemplo, a educação é toda a vida, não fazem a separação educação escolar de educação não escolar, que para os brancos fica evidente, no sentido de pensarmos que a escola é uma das únicas formas de aprendizagem. A escola é para aprender o sistema das sociedades não-indígenas.
A nossa cultura valoriza muito mais os conhecimentos científicos, e acadêmicos, do que a oralidade e os conhecimentos práticos da vida cotidiana, girando tudo em torno da escrita, o que para os índios é pouco difundido. Pelo contrário, eles valorizam e aprendem muito mais com a oralidade, observação, e escuta através de conselhos, ensinamentos e histórias (memórias) dos mais velhos, do que com a escrita.
O respeito também é fundamental na educação indígena, os adultos não repreendam, não castigam, nem exploram as crianças, eles acolhem e observam as características de cada um. Deixam as crianças brincar sozinhas, respeitando a sua individualidade e a forma de expressão, e assim elas vão se descobrindo e se consolidando. Diferentemente da nossa cultura, que trata à criança a maioria das vezes com repressão, dizendo vários “nãos” durante o dia.
Esses foram alguns aspectos importantes que me fez refletir sobre as singularidades da cultura indígena e branca, em relação à educação. Estou começando a valorizar a cultura indígena que para mim era desconhecida.
(Gabriela Golembiewski Passuelo)
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
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