terça-feira, 5 de outubro de 2010

Resenha


Resenha: BERGAMASCHI, Maria Aparecida; MENEZES, Ana Luisa Teixeira de. EducaçãoAmeríndia: a dança e a escola guarani. Santa cruz do Sul, RS: EDUNISC, 2009, p. 85-105.

As autoras aborda, neste texto, os aspectos importantes na educação para o povo Guarani,
o respeito às tradições (características da sociedade), as formas de aprendizagem valorizadas por
eles, a importância da oralidade, o modo de vida, o Nhande Reko.
Na cosmologia Guarani, educação não se separa, nem no tempo ou no espaço, das outras
práticas sociais. Esse povo demonstra uma “visão abrangente de educação e a elege como meio
para afirmar a tradição. O povo Guarani apresenta uma visão particular sobre o que significa
educação, para eles, a sociedade funciona como um todo, não se separa a educação das demais
práticas do cotidiano: a escola é o que acontece ao longo de suas vidas. A educação Guarani,
em suas características mais específicas, da para citar a curiosidade como marca fundamental à
aprendizagem. O povo Guarani se mostra aberto a mudanças, mas considera importante que não
se perca a sua forma tradicional de educação. No entanto resistência à educação escolar, pois
temem um saber parcelado, fragmentado, que impõe saberes ocidentais como verdades absolutas.
Eles precisam ter aulas que os estimulem a fazer perguntas. Dessa forma quem tem
curiosidade busca o saber de forma autônoma, a partir de seus interesses. O povo Guarani
principalmente as crianças aprendem pela observação – Eles observam seus pais e especialmente
seus irmãos maiores – os imitando e também fazendo tudo da mesma maneira que eles
observam. A educação tradicional Guarani também traz a oralidade como forma de se dispor
ao ensinamento que é oferecido pelo outro. Para eles a tradição e o respeito à experiência e ao
saber dos mais velhos é a base de toda a vida social e essa tradição é passada e transferida entre
as gerações através da oralidade. O respeito é a característica fundamental presente na educação
Guarani, não apenas respeito aos mais velhos, mas também um respeito a cada pessoa em sua
individualidade, na forma de expressão de si e na busca do conhecimento e dos seus limites.
As crianças lidam com objetos cortantes, facas, mexem com fogo, se arriscam para aprender as crianças aprendem dessa maneira, fazendo, experimentando e tendo “os adultos como
modelos, professores” sempre por perto. O interessante é que os adultos não fazem nenhuma
intervenção ao verem as crianças menores brincarem com objetos perigosos, pois eles acreditam
que cada um evoluíra na medida que for encarando a vida. O povo Guarani valoriza demais a
natureza e a respeita. Eles fazem muitos rituais na natureza, a deixando viver e trazendo cada vez mais vida para aqueles que dependem dela.

Aspectos que caracterizam a educação indígena no Brasil

A educação Indígena no Brasil
Atualmente, as escolas indígenas, na maior parte dos povos que mantêm contato com a
civilização, tem como objetivo central manter os costumes dos índios e ensinar a sua língua junto
com outras matérias.

1 – A oralidade:

Oralidade, conhecimento que é passado aos mais jovens pelos mais velhos, que
se dá no cotidiano. Devido ao respeito pelos mais velhos torna-se algo quase sagrado.

2 – A escola não se dissocia do mundo

Para os povos indígenas o ato de ensinar/aprender não se restringe a uma sala de aula, ou a
um lugar físico qualquer, para eles a observação, a oralidade, a natureza, as pessoas, enfim tudo
que rodeia o indivíduo pode ser fonte de aprendizado sem distinção. Tudo que eles observam eles
aprendem, respeitando sempre seu tempo, eles não precisam e nem tentam avançar seu processo
de aprendizagem.

3 – O respeito aos mais velhos

Para os indígenas, o aprendizado dura a vida toda, e eles acreditam que quanto mais velho
o indivíduo, mais sábio ele se torna. Além disso, as pessoas mais velhas desempenham um papel muito importante na tradição do ensino através da oralidade,pois eles já passaram por tudo e passam suas experiências para os mais novos, assim mantêm sua tradição.
(Kátia Tereseinha Centeno Prudencio)

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