domingo, 25 de abril de 2010

Índio?

Índio?


Nunca me preocupei com os índios. Até achei que índio não existisse, porque para mim, o índio deveria usar cocar, viver da caça e da pesca e não usar celular.

De repente, me apresentaram o índio Guarani. Um índio do presente, que vende artesanato para sua sustentabilidade, porque teve suas terras reduzidas e não consegue produzir o que precisa para se manter. É um índio atento, que busca preservar sua cultura, através do canto, da dança e dos rituais de cura.

Aprendi que o índio de hoje quer ler e escrever. Não porque acha bonito, mas para se defender. Precisa saber o que falam sobre ele, já que poucos se preocupam em saber o que ele fala. Sua palavra é forte e ele não precisa da escrita para passar para seus descendentes, o modo de vida que constitui sua gente.

Através de suas histórias e tradições, o índio constitui o seu modo de ser. Ele tem uma educação própria, tradicional, que acontece no dia-a-dia das aldeias. Tenta sobreviver no mundo dos “brancos” e a escola pode ser uma aliada. Mas o índio do presente não quer ser “apertado”. É necessário um olhar atento para perceber, que índio não faz parte do passado.

É o índio que deseja ser reconhecido em sua especificidade étnico-cultural, como Povo Guarani, como Povo Kaingang, como Povo Charrua...


Mariana Ferrão de Souza
Acadêmica de Pedagogia

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