sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Começa o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra.



O Brasil é o segundo país no mundo que mais concentra terras, perde apenas para o Paraguai.As pequenas propriedades de Terra representam menos de 3% da área ocupada pelos estabelecimentos rurais, enquanto as grandes propriedades concentram mais de 43% da área.
Ao mesmo tempo as pequenas propriedades são responsáveis por mais de 70% da produção de alimentos no país.

O país também aparece no cenário Latino Americano com o terceiro pior índice de Igualdade social em toda a região, de acordo com os dados divulgados, em julho deste ano, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

URNAS E ABAIXO-ASSINADO EM PORTO ALEGRE - Em Porto Alegre, haverá urnas em três campi da UFRGS: Campus do Vale, Centro e Saúde. No Centro, a urna ficará na FACED (Faculdade de Educação) e no Campus do Vale ficará em frente ao Instituto de Letras (em ambos os casos migrando para o Restaurante Universitário nos horários de almoço e janta). No Campus da Saúde haverá urna somente no RU, nos horários de almoço e janta.

Endereços dos locais de votação:
Faculdade de Educação

Avenida Paulo Gama, 110
Prédio 12201
Farroupilha, Porto Alegre

Instituto de Letras da UFRGS
Campus do Vale
Av.Bento Gonçalves, 9500
Bairro Agronomia, Porto Alegre

Restaurante Universitário 2 (RU2) - Campus Saúde
Rua Ramiro Barcelos, 2600
Bairro Santana, Porto Alegre

Cinema Vanguardista Russo na UFRGS

“A montagem e o cinema russo”, é o ciclo que a Sala Redenção realiza no mês de setembro. A exibição de obras traz à tona o debate sobre a representação do cinema frente ao mundo. Serão apresentados filmes dos principais “montadores soviéticos”, como ficaram conhecidos os cineastas daquela geração, assim como de dois diretores da segunda metade do século XX que têm outra concepção quanto ao uso da montagem.


Um homem com uma câmera (Documentário, Rússia, 1929, 68min). De Dziga Vertov




Marco de um momento de afirmação da linguagem cinematográfica como arte independente da literatura e da dramaturgia, Um homem com uma câmera se destaca como exemplo da obra de Dziga Vertov, criador do Cine-Verdade e do Cine-Olho, novas formas de representação da realidade. Com montagem e conteúdo revolucionários, o filme, carregado de imagens impactantes, é símbolo de uma geração que na tentativa de transformar o mundo deixou marcas profundas no próprio fazer do cinema. A trilha sonora é composta e conduzida pela Alloy Orchestra, seguindo as instruções escritas por Dziga Vertov.

QUANDO: 01 e 02 de setembro – quarta e quinta-feira
HORÁRIO: 19h e 16h, respectivamente
ONDE: Sala Redenção (Av. Paulo Gama, s/nº, Campus Centro)
QUANTO: Entrada Franca
INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 3933



Câmera olho (Documentário, Rússia, 1924, 78min). De Dziga Vertov



Câmera-olho foi o projeto cinematográfico mais ambicioso do diretor Dziga Vertov. Explorando o máximo da linguagem visual que a montagem oferecia, o diretor mostrou a população soviética no seu dia a dia em um caleidoscópio urbano. Favorito de Lênin, o cineasta foi também o símbolo da revolução, o traço de união entre o partido e a classe operária. A grande maioria das imagens que vemos hoje em dia do estadista russo saiu das lentes visionárias de Vertov. O líder soviético é descrito pela tradição popular, que nas palavras do cineasta, seria uma tentativa de cristalizar os pensamentos do povo sobre Lênin. O filme fez grande sucesso na União Soviética e em vários países da Europa. Após a sessão do dia 16 de abril (sexta-feira), haverá debate com Henrique Caetano Nardi, professor do Instituto de Psicologia da UFRGS.

QUANDO: 02 de setembro – quinta-feira
HORÁRIO: 19hONDE: Sala Redenção (Av. Paulo Gama, s/nº, Campus Centro)
QUANTO: Entrada Franca
INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 3933



Tempestade sobre a Ásia (Drama/Ação, Rússia, 1928, 126min). De Vsevolod Pudovkin




O diretor Pudovkin sempre foi colocado no mesmo patamar de grandes nomes do cinema russo como Eisenstein, Vertov e Dovzhenko. Nesta obra prima, um jovem mongol, filho de um simples caçador nômade, possui um talismã antigo que pertenceu a um padre. Isto o identifica como descendente direto de Genghis Khan. Quando os invasores descobrem essa relação, um complicado jogo político se inicia. Pudovkin mostra como uma simples pessoa se transforma num líder revolucionário anticolonialista. Tido pela crítica mundial como um "poema épico".

QUANDO: 03 de setembro – sexta-feira
HORÁRIO: 16hONDE: Sala Redenção (Av. Paulo Gama, s/nº, Campus Centro)
QUANTO: Entrada Franca
INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 3933



A mãe(Drama, Rússia, 1926, 90min). De Vsevolod Pudovkin








Na cidade operária de Sormovo, um ferreiro bêbado (Aleksandr Chistyakov), fura-greves, é morto acidentalmente por um militante, amigo de seu filho. A viúva (Vera Baranovskaia), acreditando agir corretamente, ajuda os investigadores, porém, seu filho é preso e ela se arrepende profundamente. Com isso ela participa de uma manifestação revolucionária de solidariedade proletária e entra em conflito com a polícia do governo vermelho. A Mãe teve como base o romance de Máximo Gorki.

QUANDO: 03 e 06 de setembro – sexta e segunda-feira
HORÁRIO: 19h e 16h, respectivamente
ONDE: Sala Redenção (Av. Paulo Gama, s/nº, Campus Centro)
QUANTO: Entrada Franca
INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 3933



A greve(Drama, Rússia, 1924, 82min). De Sergei Eisenstein





Este filme mudou a estética e a linguagem do Cinema Soviético. A Greve conta a história de um grupo de trabalhadores que deixam suas tarefas assim que um dos empregados da fábrica se suicida por ter sido falsamente acusado de ter roubado umas das peças da maquinaria. A obra mostra uma visionária experimentação de manipulação de imagem, que é usada como inspiração até os dias atuais por montadores do mundo todo, ao mesmo tempo em que recria brilhantemente a greve que ocorreu em 1912 na Tsarist Rússia, em um real conflito entre operários e polícia.

QUANDO: 06 e 09 de setembro – segunda e quinta-feira
HORÁRIO: 19h e 16h, respectivamente
ONDE: Sala Redenção (Av. Paulo Gama, s/nº, Campus Centro)
QUANTO: Entrada Franca
INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 3933



O Encouraçado Potemkin (Drama, Rússia, 1925, 74min). De Sergei Eisenstein









Segundo longa-metragem de Eisenstein, tido como um grande e revolucionário cineasta, O Encouraçado Potemkin apresenta a revolta dos marinheiros russos contra as duras condições de vida no império czarista. Tudo acontece no navio de guerra Potemkin, quando os marinheiros se cansam dos maltratos, sendo que até carne estragada lhes era dada com o médico de bordo insistindo que ela era perfeitamente comestível. Alguns marinheiros recusam o alimento, então os oficiais do navio ordenavam a execução dos que protestavam. A tensão aumenta e, gradativamente, a situação sai do controle. Repleto de poderosas imagens e uma montagem muito avançada para a época o filme é considerado como uma das maiores produções de Eisenstein. Após a exibição do filme na quinta-feira, às 19h, será realizado um debate com Vicente Moreno, professor do curso de especialização em Cinema da Unisinos.


QUANDO: 09 e 10 de setembro – quinta e sexta-feira
HORÁRIO: 19h e 16h, respectivamente
ONDE: Sala Redenção (Av. Paulo Gama, s/nº, Campus Centro)
QUANTO: Entrada Franca
INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 3933


Outubro(Drama, Rússia, 1927, 95min). De Sergei Eisenstein





Os massacres durante as manifestações públicas, a queda do czarismo, a união das frentes, a volta de Lênin e todos os grandes acontecimentos daquele outubro de 1917 são vistos sob a ótica do mestre Eisenstein. Esta é uma reconstituição da Revolução Bolchevique de 1917 e o terceiro longa-metragem de Eisenstein, que ele fez para comemorar os dez dias de Revolução Soviética. Nessa produção, o diretor usa, de forma impressionante, métodos experimentais e sofisticados de montagem, baseados no choque entre imagens para comunicar ideias abstratas, e o conceito das massas como herói.


QUANDO: 10 de setembro – sexta-feira
HORÁRIO: 19h
ONDE: Sala Redenção (Av. Paulo Gama, s/nº, Campus Centro)
QUANTO: Entrada Franca
INFORMAÇÕES: Telefone: 3308 3933


(retirado da seção cinema do "Agendão 2010 da UFRGS")


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Moradores do Quilombo dos Silva sofrem perseguição da polícia

A comunidade do primeiro quilombo urbano reconhecido e titulado no Brasil está se sentindo ameaçada pela polícia. Os moradores do Quilombo dos Silva, no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, dizem estar acuados dentro de seu próprio território. Eles têm medo até de sair ou chegar em casa, e denunciam que policiais militares começaram a agir com abuso de autoridade, revistando rotineiramente os jovens eadultos, constrangendo as crianças que brincam na praça em frente ao quilombo, o que culminou com a detenção e espancamento de um quilombola dentro de sua própria residência.

Na última quarta-feira, 25 de agosto, Lorivaldino da Silva passeava com o neto em frente à entrada do quilombo quando foi abordado por policiais militares. Paulo Ricardo Dutra Pacheco, seu cunhado, interveio pedindo respeito aos quilombolas. A partir daí, foi perseguido e agredido pelos soldados. O Capitão Zaniol, do 11°Batalhão da Polícia Militar, explica que Paulo desacatou e desobedeceu à autoridade, além de resistir à prisão, o que justificou tê-lo perseguido até dentro de sua casa, de onde foi algemado e retirado à força na frente da mulher e dos filhos. Mas ele também foi espancadopelos policiais. Exames de corpo de delito foram realizados no Instituto Médico Legal.

Negros e pobres, vivendo num bairro predominantemente de brancos e ricos, os quilombolas se dizem cansados de sofrer com as batidas policiais e denunciam a Brigada Militar por racismo institucional. O Capitão Zaniol nega as acusações de preconceito e afirma que não há intensificação do patrulhamento na área. Mas segundo os moradores, aagressão sofrida por Paulo seria só mais um entre muitos casos de discriminação e perseguição da polícia aos integrantes do Quilombo dos Silva, uma comunidade que é um marco histórico na luta do movimento negro nacional e referência na defesa dos direitos quilombolas.

O caso foi denunciado ao Ministério Público Estadual, a Comissão deCidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e ao Comitê de Combate à Tortura. Duas ocorrências policiais foram registradas sob os números 6552 e 6554 de 2010, na 8ª Delegacia de Polícia, pedindo providências contra possíveis arbitrariedades e violência por parte dos policiais. Um Termo Circunstanciado de número 2674402 foi feito no11° BPM. Mas os quilombolas temem represálias, pois relatam estarem sendo ameaçados pelos soldados da Brigada Militar.

Lorivaldino da Silva: “(nos trataram) a cacetadas, a empurrão. As crianças todas gritando, apavoradas. E os brigadianos com as armas na mão, engatilhadas. Estou com medo de sair na rua. Estou ameaçado.”

Assista ao vídeo onde os quilombolas denunciam a perseguição policiale as agressões no dia 25 de agosto:

Mais informações com Onir Araújo, advogado do Quilombo dos Silva: 8173.6942